sábado, 13 de outubro de 2018

Brasil, 29 de outubro de 2018.

Evolução ou Criacionismo? Independência ou Colônia? Português ou Espanhol? Monarquia ou República? Emilinha ou Marlene? Rock ou MPB? Beatles ou Rolling Stones? Governo Civil ou Militar? Presidencialismo ou Parlamentarismo? Chico ou Caetano? Pagode ou sertanejo? Carro a gasolina ou a álcool? Corinthians ou Palmeiras? Flamengo ou Fluminense? Futebol ou vôlei? Bike ou automóvel? Férias na praia ou no campo?

Sem entrar no conceito do pensamento maniqueísta, não foram poucas as vezes que o brasileiro teve de se decidir entre duas alternativas. Isto posto de maneira reducionista, para que todos acompanhem a diálogo aqui sugerido... E uma vez mais precisamos nos decidir, nas eleições presidenciais, pois que chegamos ao 2° turno e... agora só temos a opção A e a B em termos de nomes/propostas.

Eu que comecei a votar ainda no período Arena x MDB (com um monte de políticos faz-de-conta), confesso que ando muito preocupado uma vez que os tempos atuais não estão fáceis. A sensação é que a luta das últimas décadas pouco resultado surtiu no sentido de amadurecer o país. Neste outubro de 2018 temos de um lado aquele jeitinho de fazer política rechaçado por grande parte da população, que o associa umbilicalmente à corrupção – com fartos motivos apresentados nestes últimos anos pela Justiça – e, de outro, um jeito de querer governar à base do tacape e da borduna, com odes à tortura, repressão e obscurantismo.

O inconveniente “nós contra eles”, de autoria amplamente conhecida, levou a população à exteriorização de um sentimento primitivo, hoje expresso de forma perigosa. Perdeu-se o mínimo de razoabilidade – se é que um dia existiu – a discussão política, tão necessária, aliás, em um mundo moderno e civilizado. O “nós contra eles”, irresponsavelmente lançado, só prejudicou o Brasil. A máxima de “dividir para reinar” é um pensamento muito sofisticado para a maioria da população brasileira, que não consegue abstrair lição alguma disto. Daí, levar a ferro e fogo o “olho por olho, dente por dente”, dando vazão a instintos animais. É a explosão do “id”, na formulação da personalidade freudiana.

Verdadeiras hordas saem às ruas não para defender ideais, mas para tentar aniquilar “inimigos”. E aqui vale tudo, pois em meio a esta súcia a perspectiva é que o “grande inimigo” é o próprio povo, ou melhor, “o outro lado do povo, que não quer enxergar” a verdade imposta e por isso mesmo “precisa ser aniquilado”.

Desnecessário dizer que a sociedade está doente. Mas em meio a tanta sujeira material e espiritual ( ! ) o corpo doente recebe um bálsamo. Refiro-me à campanha criada pela agência Energy BBDO e colocada no ar pela rádio CBN, que mostra, em vídeo, a barbárie através da guilhotina, forca, fuzilamento etc e, no final, convida a uma reflexão sobre o ódio e traz a mensagem “precisamos aprender a discordar”.

Se a campanha viralizar, na velocidade de certas “fake News”, ainda haveremos de contabilizar muitos vivos, entre os mortos e feridos, no dia 29 próximo.