quarta-feira, 30 de junho de 2021

Restaurantes podem ser sustentáveis

Já é hora de pensar em placas solares

(*) Por Nelson Tucci

Matéria-prima básica, Produtos para Higienização, Pessoal, Mobiliário, Aluguel, Ponto, Insumos, serviços de entrega, vigilância sanitária, prefeitura, contador, divulgação etc... Realmente não é fácil a vida de quem empreende no mundo da gastronomia. Ao se fazer o check in list a sensação é de que a coisa não acaba nunca mais. E tal qual as viagens de férias mais longas, ainda cabe aquela “voz que vem de dentro”: será que não esqueci de algo? Mais que um negócio, o setor de alimentos pode ser uma vocação. Uma vocação em servir, em ser útil, participativo. Mas além do lado romântico da coisa (que ficará como tema para um outro artigo), existe a questão do fazer acontecer. Em uma linguagem de negócios, atual, cabe a abordagem do ESG (Environmental, Social and Governance), sigla em inglês que significa gestão ambiental, social e governança.

Alguém pode perguntar: mas o que tem a ver meu negócio com ESG? Isso não é algo para a indústria? Ou ainda: sou tão pequenininho, isso não é pra mim... Resposta: ESG (ou, se preferir aportuguesar ASG – Ambiental, Social e Governança) é um conceito super atual, que cabe no mundo inteiro, até porque o planeta anda pedindo socorro (vide as mudanças climáticas, também tema para outro artigo) e cada um de nós pode colaborar. Um pouquinho de cada um formatará um todo razoável. Pense sempre nisso.

De forma objetiva, cada restaurante pode cuidar do ambiental, fazendo o reúso de água (para áreas externas, como quintais, banheiros, áreas de estacionamento etc), além de evitar o desperdício durante a preparação dos alimentos e no processo de higienização. Utilizando energia elétrica no tempo necessário, em todos os compartimentos, e com equipamentos regulados pode-se economizar, sempre. Cuidar do envio de sobras de alimentos (em condições adequadas de higiene, evidentemente) para os sopões solidários e entidades assistenciais também é medida útil e relativamente simples de ser feita.

Para simplificar o assunto (porque é longo e tem desdobramentos), pense agora em placas fotovoltaicas. Estamos com um aumento de energia elétrica batendo às portas – ou seja, já na próxima conta – e, de tempos em tempos, ameaças de apagão. Fazer a captação de luz solar é extraordinariamente bom para o meio ambiente. E, no médio prazo, rentável pra quem faz. Para se ter ideia, o retorno do investimento ocorre em um período (médio) de três a cinco anos – dependendo de variáveis como área a ser coberta com as placas e a localização (Rio e Minas têm o kWh – quilowatt-hora mais caro que São Paulo, por exemplo). Portanto, se você está em prédio próprio, ou pretende ficar no local alugado por um período longo ainda, já dá para pensar nas placas fotovoltaicas e ser mais sustentável, dando um up na governança e no meio ambiente. E se precisar de orientação, temos aqui um integrante do grupo, o Antonio Kanda (da Itamae), que também é arquiteto e dos bons.

Voltaremos ao tema sustentabilidade. A todos, bons negócios.

(*) Nelson Tucci é jornalista profissional, escreve sobre sustentabilidade para os portais www.plurale.com.br e www.acionista.com.br e, agora, colaborador da plataforma UpG – Unidos pela Gastronomia.