segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Empreendendo o empreendedorismo

Eu e a Ana Fontes, criadora do Rede Mulher Empreendedora, fizemos uma parceria bem ao gosto deste jornalista, igualmente empreendedor. A Rede abre espaço para que eu possa compartilhar um pouco dos 31 anos que tenho de atuação na área de comunicação - corporativa, jornalismo puro, jornalismo literário, produção de conteúdos em textos para publicações diversas/sites/discursos, palestras, artigos e palpites certos & errados.

Em respeito ao alfabeto - e para homenagear a ANA - vamos começar pela letra "A" de Artigo. Depois vamos encaixando outra letrinhas e atividades correspondentes. O primeiro da série sai quase que simultaneamente à publicação da Plurale em Site, o qual denominei "Sua Excelência o Umbigo, o inimigo público da cidadania”. Espero que gostem do artigo e, sobretudo, da maravilha que a Ana criou.

Site: http://redemulherempreendedora.com.br/artigos/geral/inimigo-da-cidadania
Blog: http://rmempreendedora.blogspot.com/Facebook: https://www.facebook.com/RedeMulherEmpreendedoraTwitter: https://twitter.com/#!/RMEmpreendedora
Linkedin: http://www.linkedin.com/profile/edit?goback=&trk=spm_pic

Nós, que vivemos falando de empreeendorismo, decidimos empreender esta parceria que certamente vai gerar frutos para o empreendedorismo de outras pessoas. Entre no site redemulherempreendedora.com.br, você vai se surpreender.

Comentários, torcida, observações e palpites são democraticamente aceitos neste espaço.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

"Sua Excelência o Umbigo" faz sucesso !

Publicado na Plurale em Site, o Artigo tb é replicado no excelente COISAS DE AGORA. Confiram!


http://www.coisasdeagora.com.br/depoimentos.asp?id=25

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

ARTIGO NOVO na PLURALE: "Sua Excelência o Umbigo"

Tem ARTIGO NOVO na PLURALE:
"Sua Excelência o Umbigo, o inimigo público da cidadania.


http://www.plurale.com.br/noticias-ler.php?cod_noticia=11801&q=Sua+Excel%EAncia+o+umbigo%2C+o+inimigo+p%FAblico+da+cidadania

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

As ´mutreta do Parmera´. Agora devidamente documentadas.

http://blogdojuca.uol.com.br/2012/02/a-historia-de-uma-marmelada-documentada/

Tenda dos Milagres abriga Mocidade e conquista o Carnaval. Viva Ojuobá !

O presidente da Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo, Paulo Sérgio Ferreira, anunciou a Mocidade Alegre como campeã do Carnaval 2012 após uma tumultuada apuração, interrompida por vândalos que espalharam o caos e o terror, rasgando votos e destruindo o que viam pela frente. Em reunião extraordinária, que durou cerca de 5 horas, a Liga declarou a Mocidade Alegre campeã.

Com enredo homenageando o escritor Jorge Amado, baseado em sua obra "Tenda dos Milagres", a escola do Bairro do Limão (ZN de Sampa)somou o maior número de pontos, sendo seguida pela Rosas de Ouro e a Vai-Vai.

DÁ-LHE CANA
A Polícia Civil fez um bom trabalho. Cumprimentos ao dr. Nico, delegado de plantão no local, que deu cana em alguns arruaceiros e vagabundos entre os quais o delinquente maior (cujo nome faço questão de não escrever, pois que já é de conhecimento de todos), ao estilo bad boy, que começou o tumulto, invadindo o local de apuração, pulando grades e passando por várias pessoas e "çeguranssas" sem ser incomodado. O delinquente, de 29 anos, e integrante da Império da Casa Verde, já é um velho conhecido da polícia...

Agora é esperar o desfile das campeãs como uma espécie de redenção da imagem do Carnaval de São Paulo.

Assim, começamos oficialmente 2012. FELIZ ANO NOVO. Com a bênção dos Orixás.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

O bad boy e a frouxidão da ´çeguranssa` no Carnaval de Sampa

Faltavam apenas duas notas pra Mocidade levantar o caneco do Carnaval 2012 de São Paulo. Ou não (como diria Caetano, em sua prosa...)

Os desfiles tinham corrido muito bem, a apuração seguia tranquila até que... bem no finalzinho, ânimos (sempre) exaltados de alguns dirigentes e torcedores presentes ao Anhembi e começa a agitação.

Em segundos, um homem ao estilo bad boy, da Império da Casa Verde, pula grades, entra no reservado da Mesa, empurra um homem da coordenação, pega os envelopes com as notas dos jurados e sai rasgando, de volta pra galera. Televisionado AO VIVO, fotografado, e devidamente identificado pelos presentes, armou um espetáculo digno de selvageria cinematográfica - com truculência e espírito inconformado de perdedor - e saiu "de boa" da cena.

Homens de terno preto, dito seguranças, não fizeram absolutamente NADA. Policiais Militares, armados com revólveres e cassetetes, idem. Todos assistiram ao bad boy estragar a festa. Um bando de frouxos.

E... como o vagabundo do bad boy não terminou estirado no chão com a cabeça rachada, espalhou-se o cheiro da impunidade e da desordem, coroado pelo vandalismo. Sequencialmente outros torcedores, de camisas verdes, pretas, brancas e multicoloridas se misturaram para protagonizar algo vergonhoso não só para São Paulo, mas para a humanidade.

Uma pequena multidão de pessoas (será ?) da Gaviões da Fiel desceu das arquibancadas e acabou de avacalhar a coisa. De forma igualmente indigna saiu nos cascos, arremessando grades, batendo boca com PMs e ganhando a pista da Marginal. Cercados por um cordão de PMs, os torcedores da Gaviões seguiram caminhada até a sede, no bairro do Bom Retiro, protagonizando outras cenas lamentáveis como chutar carros e a proteção das paredes do sambódromo. Em meio a isto, carros alegóricos foram incendiados (uns 2 ou 3, pareceu-me pela tv).

Triste, muito triste tudo isso para um país que vai organizar Copa do Mundo, Olimpíadas, alcança a 5ª posição no ranking da economia global e quer ter acento no Conselho de Segurança da ONU.

Acredito eu que não deva existir argumento e tampouco contemporização com os vândalos, mas que a segurança foi frouxa, ah isso foi. PMs, Guarda Municipal e particulares não deram de um único carinha. Por mais rambo que ele fosse, o cara não entrou nem saiu voando do lugar. Ele saiu andando. E só.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Jujú paticumbum prugurundum, minha gente o nosso samba é isso aí... / é isso aí...

A Rosas de Ouro fez o desfile mais caro da sua história. Investiu a bagatela de R$ 3 milhões de reais, neste ano. O tema foi a imigração húngara para o Brasil.

Lá pelas tantas descobriram que um de seus prósperos descendentes era o empresário Roberto Justus. E o convidaram para ser homenageado. À saída do desfile, do primeiro dia do Carnaval de São Paulo, jornalistas perguntaram a ele se foi “realmente” a escola que o procurou. Irritadiço, o homem acostumado a mandar em seus empregados na agência de publicidade e a “demitir” pessoas em programa televisivo sentiu-se afrontado.

Justificadíssima a sua irritação, aliás. Porque o Justus é um homem que engrandece demais o País, sendo figura proeminente e digna de frequentar as grandes galerias dos gênios brasileiros. O que ele fez mesmo ?

Ainda a propósito do Carnaval paulista... a Gaviões inventou de homenagear o ex-presidente Lula, como se ele fosse um santo, através de um enredo quase verdadeiro. Pena que não teve alta pra mostrar os seus passos na avenida. Mesmo assim a Gaviões espera “sair bem na fotografia” e compensar os cerca de US$ 2 milhões investidos na brincadeira deste ano.

Nós paulistanos ainda somos neófitos nessa coisa de Carnaval de rua, mas a coisa vai andando bem devemos reconhecer. Há 10 / 15 anos não deveria ter mais que umas duas ou três de dezenas de ´estranjas´ na paulicéia desvairada nessa época do ano. Hoje eles já somam um bem vindo exército de 120.000 turistas. Ainda está longe dos quase 1 milhão que chegam ao Rio de Janeiro, mas já caminhamos de uma forma sólida, pois o Carnaval paulista vem num crescendo nos últimos anos.

E para sermos justos, ninguém realmente vai querer saber quem era o tal do moço grisalho e nervozinho da Rosas de Ouro se na passarela desfilou Jujú Salimeni, uma das mais belas representantes da raça humana. Se a deusa volta à passarela ano que vem, podem ter certeza, o Campo de Marte será pequeno para as naves espaciais que chegarão de toda a galáxia. Mais que justo !

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Como a mídia estimula a xenofobia

Observatório da Imprensa publica texto do colega jornalista José Paulo Lanyi em sua edição de 14 de fevereiro. Confiram, vale muito a pena.

O imigrante africano insistia: “Existe racismo na Itália!” O repórter florentino anotava com ar de reprovação. O senegalês subia o tom: “A Itália é um país racista!” O jornalista meneava a cabeça para os lados e fazia cara de desagrado. “Como assim, racismo na Itália? Você diz que a Itália é um país racista. Por que você diz isso?”, reagia o repórter, inconformado. O africano explicava. O seu interlocutor discordava com uma ênfase de chamar a atenção. De férias em Florença, eu mesmo presenciei esse diálogo no entardecer do dia 13 de dezembro.

Poucas horas antes, um maluco fascista matara e ferira imigrantes negros na cidade. Originário de Pistoia, o escritor Gianluca Casseri abrira fogo contra senegaleses que vendiam roupas e bolsas na Praça Dalmazia. Depois de acertar quatro deles, entrou no carro e foi para o Mercado de San Lorenzo, local em que trabalham muitos imigrantes. Lá, ele atirou em mais dois africanos. No total, seis pessoas foram atingidas. Dessas, duas morreram. Em seguida, Casseri se suicidou com um tiro na garganta.

Quando souberam dos crimes, dezenas de senegaleses saíram pelas ruas da cidade para protestar e foram agredidos pela polícia na Praça da República. “Em Florença nunca havia acontecido algo assim, tão grave. A polícia reagiu, foi com um aparato pesado”, testemunhou a jornalista brasileira Kátia Lôbo Fiterman. “Os senegaleses estavam desarmados, desesperados, mas não eram violentos. Eles falam alto, gesticulam muito, são altos, fortes, e os italianos veem esse comportamento como agressivo, quando na verdade os africanos muitas vezes só estão conversando. Foi pancadaria mesmo, a polícia bateu, os africanos apanharam sem reagir”, diz ela. “E nenhum jornal deu isso.” Não é de se estranhar que não tenham dado, a julgar pela recusa acintosa daquele repórter de avaliar uma crítica que está longe de ser absurda, conhecendo-se minimamente a cultura e a história da Europa.

O repórter que não gosta de ouvir
A própria Fiterman sabe bem o que diz. Ela mora na Itália há vinte anos. Cidadã italiana com direito a voto (“E não votei no Berlusconi!”), trabalha há 12 com imigrantes na Caritas Diocesana de Florença. “Este é um momento intenso ante a comissão pelos refugiados políticos que chegam da Líbia e provenientes de muitas partes do mundo”, diz ela. “Trabalhei e estou trabalhando como uma danada, junto aos meus colegas, para ver se conseguimos convencer quem não se quer convencer, a respeito desse inviolável direito de continuar existindo.”

Anos antes, no Brasil, a jornalista produziu para o Jornal da Bahia e para o Folha Sete e colaborou com Gilberto Dimenstein na revista Sem Fronteiras, com a reportagem “Rua Madrasta”, sobre a situação dos menores no Brasil. Na Itália, escreveu artigos sobre menores imigrantes e a respeito do embargo a Cuba, entre outros temas.

Conversei com a jornalista para tentar entender o que havia acontecido naqueles dias. Para começar, ela confirmou o que o entrevistado africano tentara, sem sucesso, explicar ao repórter que não gostava de ouvir: “De modo geral, o florentino é racista. Muitas vezes a gente tentou encontrar trabalho para imigrantes, e muita gente dizia: ‘Sim, eu quero uma pessoa pra tomar conta da minha mãe, pode ser qualquer pessoa, mas não negro.’ ‘Por que negro não?’, eu perguntava. ‘Porque a pessoa tem pele escura, a gente tem medo da pele escura’.” Talvez o repórter impaciente não se lembrasse de uma das explicações para essa “paúra” toda: “Na Itália, o bicho-papão dos contos infantis é o homem negro [l’uomo nero]”, diz a brasileira.

Mídia “ajuda” a repressão
Parte dessa culpa, porém, pode ser atribuída à própria mídia, explica Fiterman. “O jornalismo italiano é bastante decadente porque os meios de comunicação, infelizmente, como nas ditaduras, estão concentrados nas mãos de pessoas com interesses econômicos internos, vedados aos estrangeiros. Isso complica a cabeça das pessoas, dos próprios jornalistas.”

Para ela, outra razão é o vale-tudo na hora de contratar. “O jornalismo na Itália não tinha a obrigatoriedade de um curso de formação, muita gente que trabalha nos meios de comunicação tem uma formação em ciências humanas, mas muitos chegaram pelo clientelismo, ‘o amigo do amigo’, e isso empobrece as redações.”

O pano de fundo para o tratamento da notícia seria político e ideológico. “Não se pode ir contra as tendências dos partidos sobre a repressão aos imigrantes. A tendência hoje é impedir o fluxo de pessoas, a costa da Itália é grande, é difícil controlar as fronteiras. A mídia ‘ajuda’ muito nesse sentido. Se um italiano atropela alguém, não é notícia. Se é um estrangeiro atropela, é notícia. No caso de um estupro ou de um homicídio normalmente não se publica o nome e o sobrenome de um acusado italiano. Se for um estrangeiro, não só se diz o nome, o sobrenome e o lugar onde nasceu, como se publica a foto dele”, lamenta.

“Acerto de contas”
O preconceito sairia das ruas para as páginas de informação. Em Florença, imigrantes são chamados por muitos pela forma pejorativa “vu comprá”. É que muitos deles, na Itália há pouco tempo, ao vender os seus produtos nas ruas não sabem como falar “vuole comprare?”[“quer comprar?”]. Assim, acabam perguntando aos transeuntes: “Vu comprá?”

Fiterman chegou a ler uma explicação com esse termo para o atentado fascista daquela tarde de inverno. “Na internet deram esse fato como um acerto de contas entre ‘vu comprá’, eles colocaram as coisas em outro plano. Um acerto de contas significa que havia alguma pendência entre aqueles imigrantes, o que não era verdade. Para quem escreve esse tipo de coisa, as pessoas que morreram não eram pessoas, mas ‘vu comprá’, elementos para se eliminar realmente.”

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José Paulo Lanyi é jornalista e escritor
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http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_ed681_como_a_midia_estimula_a_xenofobia

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Cobras & Largartas, Borboletas & Porcos-espinhos...

Demonizar adversários e desconstruir imagens é uma prática política relativamente antiga. Quem está no poder sempre procurar auferir as vantagens que esta vitrine lhes dá e passam a tripudiar aqueles que estão abaixo do topo. Da mesma forma, quem está fora do poder sente-se "estilingue", com "direito" a lançar pedradas à vontade na vitrine.

Cabe a nós discernir o que é sério daquilo que é na verdade apenas jogo de cena.

PRIMEIRO REINADO
No Brasil - e neste mundão afora - a coisa raramente foi diferente. Os aliados da Corte viam em Pedro de Alcântara o primeiro herói nacional, homem dotado de espírito crítico, com poder de articulação e de uma coragem acima de qualquer outro. Já seus detratores preferiram minar-lhe a resistência política, desconstruindo a imagem do "fundador do Brasil", imputando-lhe características como beberrão, de inteligência baixa e libido acima da média para um Imperador... Esses mesmos "estilingues" espalharam que a "primeira dama" da época era quem efetivamente tinha poder de articulação, inteligência, cultura, boas maneiras etc e que o sr. seu marido se perdeu quando parou de ouvi-la e descambou de vez pro lado da amante...

SEGUNDO REINADO
Mais tarde vieram os entusiastas do Segundo Reinado e colocaram Pedro II como o "primeiro e verdadeiro" estadista brasileiro. Homem culto, preparado para o cargo, e responsável pelo grande desenvolvimento do país -- nunca é demais lembrar que, entre outras coisas, o Brasil foi um dos primeiros países a ter telefonia no mundo (pena que a Telefónica, VIVO, OI, CLARO E TIM não devam saber disso...)

Do outro lado, não faltaram críticas ao mesmo Pedro II pela inaptidão em conduzir a sucessão de Isabel (para a terceiro Reinado) e de "entregar o país à Inglaterra", originando a tal da dívida externa brasileira (bicho mais feio que a Medusa...)

REPUBLICANOS
Vieram os republicanos e, guardadas as proporções, foram lançadas críticas ao vento esparramando-se pra tudo quanto é lado. Logo depois são os tenentistas, os comunistas, os getulistas e por aí segue.

O PSD (o original, não o genérico) e a UDN se digladiaram enquanto existiram. Pra se dizer o "mínimo", os sociais-democratas da época eram tachados como irresponsáveis, perdulários etc, enquanto os udenistas eram por esses mesmos adversários chamados de “os maiores reacionários” da História do Brasil. O PTB também não ficou de fora dessa guerra de farinha e ovo: era tido como precursor do populismno barato.

O "SIM" E O "SIM SR."
Veio o golpe e com ele o maquiado bipartidarismo: Arena (partido oficial, de apoio aos governos militares) e MDB (amontoado de todos quantos eram contra o regime) ficaram em cena até 1979, quando se extingue o modelo bipartidário e se abre para o que temos hoje: PMDB, PDS (e seus sucedâneos), PT, PTB, PDT etc. Em tom de blague, dizia-se à época que a Arena (Aliança Renovadora Nacional) era o partido do "SIM" e o MDB (Movimento Democrático Brasileiro) era o do "Sim Sr."

Do chamado "PMDB autêntico" nasceu o PSDB e o PT se depurou com a saída de diversos grupos que mais tarde viriam a formar o PCO, PSOL etc. São estes dois - PT e PSDB - que hoje mais se destacam no cenário nacional (a exemplo de blancos e colorados na Argentina e Uruguai, ou dos Democratas e Republicanos nos EUA), embora a gama de legendas seja grande.

VENDENDO A ALMA
Alguns dos "autênticos" do velho PMDB, já revestidos com a plumagem tucana, uniram-se aos antigos desafetos para a conquista do poder. O PSDB do ainda mais antigo democrata-cristão Franco Montoro uniu-se ao PFL de ex-udenistas como Zé Sarney, ACM etc etc etc. O que aconteceu com o PSDB na ânsia de abocanhar o poder fez vários brasileiros se revirarem no caixão, tamanha era a falta de coerência. Trocou-se a ideologia por uma "aliança de resultado". Aí foi a vez do PT - até então imaculado na sua postura quase purista de ver e fazer política. Já não era mais um estilingue, mas sim um canhão de grosso calibre disparando contra uma frágil vitrine de vidro mal temperado.

Mudaram os políticos, ou a feia lagarta tinha se transformado em borboleta ?

Quando lhe cobraram coerência, já no poder, o intelectual Fernando Henrique chegou a dizer em alto e bom som: "Esqueçam tudo o que escrevi!". E o PSDB `vendeu sua alma ao diabo´ para governar. Mas como diria o poeta Cazuza, o tempo não pára, não páraaa (quando ele disse isso o PÁRA, do verbo, ainda era acentuado).

Mais tarde o PT, liderado pela estrela maior do metalúrgico Lula, ganhou a eleição com um discurso verdadeiramente progressista. Bateu, desde sempre, nas velhas e corroídas oligarquias tupiniquins. Pregou mudanças sociais, criticou o modelo econômico e por aí vai. Desnecessário enumerar todo o rosário de campanha.

Com a mesma sede de poder que tinha seu maior opositor - o partido tucano - sentiu-se obrigado a fazer alianças para governar. E vendeu a alma para os mesmos diabos, que sempre saem do andar de baixo para subir de elevador panorâmico rumo aos céus de Brasília. O partido não só continuou o programa econômico do sr. Pedro Malan & Cia, como fez aliança com o que de mais "autêntico" existe na representação oligarca brasileira: Zé Sarney, ACM, Jader Barbalho etc etc etc... Ou seja, para ilustrar a história, o "progressista" PT aliou-se ao que de "mais reacionário" existe na política nacional: velhos quadros da UDN, recheados por neo-udenistas como Fernando Collor, os bispos que se aninharam no PR etcaterva.

APELAÇÃO
Bem mais recentemente, no embate eleitoral da maior cidade do País, o PT do "Lulinha paz e amor" retomou as origens do "sapo barbudo" (como um dia Leonel Brizola apelidou o candidato Lula) e saiu batendo, xingando e praguejando. O então candidato a prefeito José Serra, pelo PSDB, foi demonizado pelos opositores. Seu vice, Gilberto Kassab (saído das lides do PFL), foi achincalhado brutalmente. Não faltou sequer a lembrança dele, Kassab, ter sido secretário do governo Pita (disparadamente um dos piores em 458 anos de história da cidade).

E deu no que deu. Serra venceu a eleição, prometeu governar até o fim do mandato mas não o fez, saindo candidato ao governo. Seu vice Kassab virou prefeito. Animado com a sentada na cadeira de prefeito (o que FHC só conseguiu pelo curto espaço de tempo para fazer uma maldada foto de véspera de campanha quando perdeu a eleição para Jânio Quadros, diga-se), saiu à reeleição. Até aqui virado pro lado dos tucanos... o ex-PFL, Democratas e agora líder do novo PSD, foi duramente demonizado pelos adversários. A ponto da então candidata do PT, a psicóloga e sexóloga Marta Suplicy, questionar a sua sexualidade.

(Cazuza: o tempo não pára, não páraaa...)

Decorridos poucos meses e... PASMEM... Gilberto Kassab é acariciado pelo PT. A ponto de ter sido convidado a participar da festinha dos 32 anos de criação do Partido dos Trabalhadores. O antigo "coisa ruim" contra qual alguns petistas até faziam trocadilho com a sigla do partido (DEM), chamando-o de "demo", agora é cortejado para compor uma aliança a fim de ocupar a sede do antigo prédio ´Banespinha´ no Viaduto do Chá.

Ao contrário do que fez a sexóloga, sempre muito liberal, na última campanha, a agora senadora Marta teve um lapso de coerência e não apareceu à festa do PT por conta desde demo-convidado. Mas... a dona Marta é apenas uma reduzida fração do partido. O seu chefe-maior, Lula, que (virou "amigo" de Zé Sarney, chegando a afirmar que o oligarca-mór e decano senador não é uma pessoa comum - quando este estava sendo julgado por eventuais irregularidades cometidas) inclusive barrou o ímpeto de Marta concorrer à Prefeitura paulistana novamente, em favor Fernando Haddad, é um incentivador da aliança com Kassab. Como também ATUALMENTE o são Zé Dirceu, Dilma, Silvinho, Delúbio Soares e por aí segue a lista.

Para quem está de fora é de se perguntar: afinal, mudaram-se os políticos ou as lagartas ?

No futuro – e no presente – os jornalistas absolutamente descomprometidos com candidaturas e alianças político-partidárias haverão de cobrar coerência. Doa a quem doer.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

PMs da Bahia: dois pesos e duas medidas!

Há 10 dias em greve, os Policiais Militares baianos tem causado um enorme frisson e consideráveis estragos na boa tera.

Há tempos atrás, a polícia civil de São Paulo entrou em greve e... pasmem... recebeu a incontida solidariedade do Partido dos Trabalhadores. O PT, que no passado considerava as forças policiais como repressivas e repulsivas, irmanou-se a estes pois desde então passou a considerá-los trabalhadores tb.

Era sinal de maturidade do PT ? Não sei... o que lembro é que o PT enfrentou a ira do governo estadual, do PSDB, e apoiou os "companheiros policiais" emprestando-lhe mais que solidariedade; carro de som e aparato sindical.

Corta. Fecha. Segundo Ato. PMs baianos entram em greve reclamando maiores salários. E o que faz a ilustre bancada do PT na CÂMARA ? Mãos dadas, pega o avião em Brasília e desce na boa terra para... para... prestar solidariedade ao governador-patrão, do PT, e não aos companheiros trabalhadores.

Mudou o PT ou os companheiros policiais?