sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Delinquência universitária

NOTÍCIA:
Uma estudante de Turismo da Uniban, em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo), foi alvo de ofensas e xingamentos de alunos e teve de sair da universidade escoltada pela Polícia Militar por estar com trajes curtos.

O episódio ocorreu na última quinta-feira (22/10) e as imagens da confusão foram postadas no dia seguinte no Youtube. O vídeo divulgado na internet não mostra a roupa da aluna, que já saiu do campus vestida com um jaleco branco.

Enquanto ela passa pelos corredores, é possível ver vários jovens dizendo palavras de baixo calão e gravando a cena com o celular.

A Uniban instaurou uma sindicância para apurar o caso e informou, por meio de nota, "que pretende aplicar medidas disciplinares aos causadores do tumulto". A universidade disse, ainda, que repudia "qualquer manifestação de preconceito de gênero e qualquer forma de difamação ou violência". A Polícia Militar confirmou a ocorrência, mas não deu detalhes sobre o caso.

COMENTÁRIO:
Depois do "forró universitário", do "sertanejo universitário" e tantas outras bobagens que rotulam coisas e costumes, chega a "delinquência universitária". Esta última deve ser tratada a sério !

A finalidade precípua de uma universidade é formar gente capacitada para exercer uma determinada profissão. Mais que isso, forma CIDADÃOS, a partir do exercício prático do pensamento. Ou, como diria Millor, do LIVRE PENSAR...

Pois bem... o que a turba ignara fez em um sagrado lugar, que deveria ser uma espécie de templo do pensamento ? Um bando de delinquentes juvenis, e adultos, caiu em cima de uma colega porque esta usava mini-saia !!!

Criada na década de 60, quando a maioria desses deliquentes sequer tinha nascido - e talvez nem as mães deles tivessem nascido ainda - , a mini-saia deixou de ser novidade faz tempo. Ora some, ora volta, sempre mexendo com a imaginação e a libido.

Dava para entender a reação brutal de certos pais, nos longínquos anos 1960, quando a sociedade vivia mudanças do pós-guerra e quase tudo que se fazia era novidade no mundo, particularmente no item COMPORTAMENTO. Os pais tinham a mesma cabeça calcificada de seus avós e bisavós, que por sua vez traziam costumes e hábitos geneticamente arraigados da Europa Medieval. Tudo mudava "muito de repente"... Ou seja, a sociedade que se vestia de uma forma comportadinha nos últimos 2.500 anos, de repente vê biquini, mini-saia etc etc etc...

Os pais, conservadores, e sem entender ainda direito o que acontecia com os seus filhos, demoraram a processar várias informações. Mas hoje, passados 50 anos desta "revolução", é de se ficar bestificado ao ver uma reação do tipo.

Partir para a agressão então... sem chance. NÃO DÁ PARA ACEITAR AGRESSÃO. NEM DISCRIMINAÇÃO. Pela lei, discriminar pessoa por cor da pele ou sexo é crime. Não se discrimina pelo credo religioso também. E por aí vai. Mas... e pela roupa que a pessoa veste? Pode ? Por que a ação dos deliquentes foi tolerada pela polícia ?

É absolutamente INADMISSÍVEL que um bando de "deliquentes universitários" parta para a agressão. É IMPENSÁVEL que isto um dia ocorreu simplesmente porque uma aluna resolveu se vestir de forma diferente da maioria.

Está na hora de as universidades voltarem-se para o pensamento, ensinando mais que o currículo técnico. Ainda que isto possa ser dispendioso aos cofres universitários, é preciso EDUCAR essas criaturas, que explodem em pequenez, porque amanhã são esses mesmos deliquentes que estarão nos postos-chaves de empresas, entidades e governos.

Alguns desses "delinquentes universitários" amanhã estarão com uma caneta na mão, ou um bisturi. Não importa o calibri da arma que portarão, mas a cabeça de quem a maneja !

3 comentários:

  1. Parece que iniciamos uma nova era de intolerância na unviersidade ... e dessa vez protagonizada por alunos... !!?

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  2. Infelizmente.
    Parece que quanto mais o ser humano evolui em aparatos tecnológicos, involui o bicho homem !

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  3. Infelizmente.`
    Parece que quanto mais o ser humano evolui em aparatos tecnológicos, involui o bicho homem.

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