domingo, 19 de agosto de 2012

Afinal, as Embaixadas são ou não invioláveis?

Para abrir meu post tomo emprestado o texto do mestre Raphael Tsavkko Garcia, especialista em comunicação e bacharel em Relações Internacionais, publicado neste site:
http://www.brasildefato.com.br/node/10336

" A atitude - a invasão de uma embaixada - equivaleria à uma declaração de guerra e é considerada um ato abjeto nas relações internacionais, pois passa por cima do diálogo e se torna imediatamente uma invasão hostil de território soberano. É sempre válido lembrar que Embaixadas são consideradas territórios soberanos dos países que ali mantém sua representação, e qualquer ameaça a esse território é uma ameaça ao Estado em si ".

O assunto refere-se ao impasse criado com o asilo político dado pelo Equador, desde o dia 16 último, ao australiano Julian Assange, em sua Embaixada de Londres. Os britânicos querem prender o fundador do WikiLeakes e o enviarem à Suécia. Segundo jornalistas que cobrem o episódio, o Reino Unido está gastando perto de R$ 160 mil POR DIA com o esquema policial para cercar a referida Embaixada.

A questão é: por que tanto auê ? Para entender o quadro não custa lembrar que quando o juiz espanhol Baltasar Garzón decretou a prisão do ex-ditador chileno Augusto Pinochet, por este ter morto e torturado cidadãos espanhóis, a Inglaterra deu-lhe guarida. Agora, a Suécia acusa Assange de crimes de estupro no país nórdico e os mesmos britânicos querem despachá-lo pra lá?

NDA
Será que consideram estupro um crime mais grave que mortes e torturas? Ou têm os britânicos mais simpatia pela Suécia que pelo Chile? Há quem aposte que não se trata de nenhuma das anteriores. A Suécia pediu a extradição do australiano para que ele responda pelos crimes dos quais é acusado, mas na real só deverá fazer “uma ponte” para mandá-lo aos Estados Unidos, onde iria responder por algo muito mais grave (na opinião dos norte-americanos), que foi a abertura de segredos militares daquele país em seu site. Nesse último caso, Assange poderia até mesmo ser condenado à morte.

Aí, voltamos à questão inicial: afinal, as Embaixadas são ou não invioláveis? Ou isto depender do “momento” ?

Nenhum comentário:

Postar um comentário