sábado, 17 de julho de 2010

Horário não-contabilizado

O presidente da República, que está em campanha por sua candidata há 4 anos, agora resolveu ir para as ruas de forma desabrida. A quem pergunta sobre a incompatibilidade do detentor do mais alto cargo da República com o efetivo comprometimento em uma campanha eleitoral, em favor de seu partido político, o sr. presidente tem a resposta pronta: só faz campanha depois do expediente.

Nunca antes na história deste país ouvi dizer que presidente tinha “hora pra entrar” e “hora para sair” do trabalho. Em minha santa ignorância pensava eu que um presidente da República, a exemplo de governador e prefeito, ocupava o cargo 24 horas por dia. Acabo de saber que não. O nosso atual presidente está a serviço do país por um determinado período e fica exclusivamente a serviço do seu partido durante outra parte do dia.

Seria uma espécie de horário não-contabilizado no cargo? Sei lá, nunca tinha visto coisa assim em toda a minha carreira artística. Sigamos. Minha preocupação é outra que não a atividade partidária dos senhores detentores do Poder.

A preocupação é a seguinte: se existisse um terremoto depois das 18 h (horário estabelecido para o tal fim do expediente), os brasileiros teriam de esperar quantas horas para que se reiniciasse o expediente do presidente e este voltasse a servir o país, deixando o seu partido um pouquinho de lado ?

Mais ainda: se a Força Aérea do Paraguay, ou a Marinha da Bolívia, decidisse invadir o Brasil, depois das 18h de uma sexta, a gente só poderia pensar em dar resposta na segunda-feira depois das 8h ?

Bem, só tenho tempo de deixar estas questões agora, porque meu expediente está chegando ao fim e preciso sair deste Blog.

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