sábado, 20 de novembro de 2010

ARTIGO publicado na PLURALE em Site - Menezes, o bom ´mano´ do Brasil

30/09/2010 | 05:42


Menezes, o bom ´mano´ do Brasil
Por Nélson Tucci, Colunista de Plurale (*)

Comentei, no artigo do último dia 21, aqui mesmo em Plurale em site, o caso do “new bad boy” do futebol brasileiro, Neymar. Discuti, e lamentei, as suas atitudes que culminaram no desastroso episódio de demissão do técnico Dorival Jr. e da “passada de mão na cabeça”. Afirmei, então, que tal atitude desconstruíam a cidadania.

Na falta de um outro alguém que pudesse colocar ordem naquela bagunça, envolvendo a imagem do jogador, do clube e do próprio ídolo ascendente, o técnico Mano Menezes, da Seleção Brasileira, colocou as coisas em seu devido lugar. Não chamou o “geninho” na última convocação (que ocorreu no pós-episódio de desconstrução acima relatado).

Foi um tapa na cara. E doeu. A criança mimada, que aos 18 aninhos já ganha quase 1.200 salários mínimos por mês, ficou de cabeça baixa. O clube, que percebeu uma iminente desvalorização “do seu patrimônio”, tratou de investir no garoto e contratou profissional de psicologia para auxiliar o jovenzinho. Até o empresário Wagner Ribeiro, um dos protagonistas dessa sonora confusão – defendendo arduamente o seu patrimônio – agora diz que concorda com Mano Menezes. Duvido. Rendeu-se às evidências e quer agora ficar bem na foto. Foi político. Eu não me iludo.

Sobre o “new bad boy”, calou fundo também a declaração de René Simões, experiente técnico de futebol, ao dizer que “ali estava se criando um monstro”, condenando explicitamente a atitude do moleque birrento e mal educado que xingou o técnico e colegas de trabalho ao ser desautorizado a bater um pênalti.

Mas o Santos ganhou na última rodada do Campeonato Brasileiro e o menino Neymar foi bem. Mais contido em seu comportamento, já está parecendo uma pessoa normal. Talentoso no ofício, dá mostras de que realmente é uma grande promessa dessa coisa apaixonada chamada futebol.

Mano Menezes – a quem elogiei várias vezes nos últimos anos – mostrou integridade, inteligência e exemplo de cidadania. De forma metafórica, deu as palmadas na bunda que faltaram ao menino mimado que ficou roxo e se jogou no chão diante da negativa do seu brinquedinho. Cidadania é isto: respeito, integridade e construção do indivíduo.

Aposto que agora o Neymar vai jogar mais bola e brigar menos; vai ter educação e respeito para com seus colegas e, o que é melhor de tudo, servirá de exemplo para desencorajar outros eventuais candidatos a ´bad boy´. Ele deverá ser chamado na próxima convocação. E aposto, novamente, que vai brilhar. Tomara brilhe como jogador, homem e cidadão.

Parabéns ao Menezes: nessa você foi o verdadeiro mano do Brasil.


(*) Nelson Tucci é jornalista, com extensão em Meio Ambiente pela ECA-USP; pós-graduado em Comunicação e Relações com Investidores pela FIPECAFI (FEA-USP), diretor da Virtual Comunicação, palestrante e colaborador da Plurale.
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